Com 1 ano de idade, o seu filho acha que é “gente grande”. É preciso conhecer as peculiaridades desta fase, já que as mudanças comportamentais são evidentes e desafiadoras.
Abaixo, apresentamos como a criança vê seu mundo e as orientações necessárias relativas ao sono, comportamento e alimentação:
Meu sono:
Não durmo mais tanto durante o dia.
Acordo várias vezes durante a noite assustado, chorando muito e muitas vezes não abro os meus olhos, tenho muitos sonhos.
Quero brincar até tarde e curtir todos da casa, assim, demoro para dormir.
Sono parece que “dói”, por isso choro muito neste momento.
Orientações:
Não deixar a criança dormir depois das 15 horas pois pode atrapalhar o sono noturno.
Não fazer brincadeiras agitadas após as 18 horas.
Manter a rotina diária e o ritual do sono (aquelas ações sequenciais que precedem o sono: banho, pijama, escovar os dentes, tom de voz, etc.)
Jamais alimentar a criança quando despertar à noite, pois pode virar um vício de difícil controle.
Deixar a criança adormecer no próprio berço. Ela pode até ir para a sua cama depois, mas, ao adormecer, deve ter a noção do seu espaço.
Não pegar a criança no colo quando acordar de madrugada. O despertar noturno deve ser totalmente desinteressante para a criança.
Meu comportamento:
Agora sou mais autônomo e testo a minha autonomia a todo momento. Esse comportamento é importante para o meu crescimento pessoal, é sinal que vou ser muito proativo e tomar minhas decisões mais independentes. Por isso faço muitas birras e as vezes sou cansativo.
Não tenho muita paciência, principalmente em relação às brincadeiras. Agora, elas duram no máximo 5 minutos.
Prefiro brincar com panelas, telefones celulares de verdade, controle de TV e agora estou adorando passar meus dedinhos no iPad.
Gosto muito de jogar tudo no chão, pois esse movimento no sentido vertical me fascina.
Não entendo ainda os castigos.
Não gosto quando mudam muito minha rotina.
Adoro ser abraçado e quando meus pais se sentam no chão comigo para brincar. Não ligo para brinquedos caros.
Vou chorar mais do que o normal, mas essa minha “TPM” vai passar…
Gosto muito de receber limites pois não sei muito bem o que devo fazer.
Orientações:
Devemos tentar entender a criança com o olhar de criança. Não podemos cobrar das crianças um comportamento de adulto.
Colocar limites desde cedo é um hábito muito saudável. O LIMITE É A BASE DA SEGURANÇA. A criança “pede” isso a todo instante.
Reserve pelo menos 1 hora do dia para sentar no chão e brincar de verdade com o seu filho. Desligar o ellular ellular pode contribuir para que nada atrapalhe esse momento.
Lembranças positivas ficam fortemente gravadas, contribuindo para que a criança se torne um adulto feliz.
Lembre-se que os 2 primeiros anos de vida são importantíssimos para a formação da personalidade da criança.
Minha alimentação:
Vou ganhar menos peso e crescer menos, pois meu metabolismo se reduz muito. Sendo assim, o meu apetite vai despencar…
Pode ser que vou conseguir comer menos da metade da comida do prato e muito menos do que comia quando tinha 8 meses!
Odeio experimentar comidas novas e, se meus pais me oferecem algo de uma maneira grosseira, fico nervoso e nunca vou querer comer.
Para mim, comer é perda de tempo. Por favor, quero brincar e não tenho paciência para comer.
Prefiro os alimentos mais adocicados. Por isso, cuidado quando me oferecem esses produtos, pois posso passar a aceitar apenas eles e não mais comer meus legumes e frutas.
Vocês insistem tanto para eu aceitar os iorgutes e gelatinas e depois, quando só peço esses alimentos, vocês se desesperam. Fico sem entender essa atitude dos adultos.
Adoro pegar os alimentos com a mão e fazer bagunça quando vou comê-los. Deixe-me em paz, afinal coloco tudo na boca… Pelo menos a comida você deve permitir!
Na hora em que forem me oferecer as refeições, adoro também segurar uma colher e tentar comer sozinho. Nessas horas, prefiro pessoas calmas, que não me apressam.
Adoro fazer parte da mesa; esse convívio durante as refeições é muito prazeroso, pois fico observando e tentando imitar o que meus pais estão comendo e como estão comendo.
Orientações:
As refeições devem ser coloridas. O cardápio deve ser muito variado. A monotomia alimentar, nesse época, não contribui para a aceitação adequada dos alimentos.
As porções devem ser pequenas. Na maioria das vezes, cada porção tem o tamanho da mão da criança fechada.
Não forçar a criança a comer o prato todo. Devemos respeitar sua saciedade.
O paladar ainda está em desenvolvimento, sendo assim, é prudente evitar os alimentos adocicados e muito salgados. NADA DE GULOSEIMAS!
As crianças dessa idade podem engasgar com pipocas, amendoins, balas, etc.
A duração média de uma refeição deve ser de 20 minutos – mais do que isso, fica cansativo para as crianças, que ficarão irritadas e começarão a odiar esses momentos.
Não podemos substituir almoço por mamadeiras somente porque a criança comeu pouco ou não comeu. O excesso de leite nesse período leva à perda de paladar para outros alimentos e também diminui muito o apetite do seu filho, além de contribuir para anemia.
Use e abuse da criatividade na montagem dos pratos. É válido montar carinhas diferentes nos pratos, montar figuras como palhaços e vulcões com os alimentos.
Precisamos insistir com a oferta de água nos intervalos e não substituí-la a todo momento por sucos e água de côco.
Podemos iniciar a introdução de alimentos integrais.
A criança tem uma rejeição natural a novos alimentos, a que chamamos neofobia alimentar. Para melhorar esse comportamento, devemos oferecer o alimento rejeitado várias vezes, mudando o preparo e em momentos diferentes, sem forçá-las.
É muito difícil criar um bom hábito alimentar nesse período, mas é preciso. Além de ser muito saudável, vai durar para o resto de suas vidas.