Nós pediatras estamos assustados e preocupados com o aumento da prevalência de crianças com alterações do perfil lipídico e quais repercussões a curto e longo prazo isso pode ter.
Atualmente , o estilo de vida incluindo o sedentarismo e os maus hábitos alimentares corroboram para a epidemia de obesidade infantil e associado a ela ao aumento de doenças como hipertensão arterial,dislipidemias , diabetes, etc.
Precisamos ficar em alerta, a dislipidemia é um fator aterogênico. A formação das placas de aterosclerose pode iniciar na infância secundário as alterações dos lipídeos sanguíneos.
A reversibilidade das primeiras lesões ateroscleróticas reforça a necessidade de se controlar a dislipidemia ainda na infância para reduzir os riscos de doenças cardiovasculares futuras.
É a alteração dos níveis sanguíneos de lipídeos circulantes. Esse distúrbio tem como principal característica a presença excessiva de colesterol e ou triglicérides no sangue.
No Brasil, está variando entre 28 a 40 % , nos últimos levantamentos.
As dislipidemias podem ser classificadas em primárias e secundárias.
As primárias ou sem causa definida têm origem hereditária (genética).
As secundárias são causadas por outras doenças como diabetes, doenças da tireoide, uso de medicamentos (corticoides, anticoncepcionais , etc) , estilo de vida, tabagismo, sedentarismo, alcoolismo, dentre outras.
Para o diagnóstico de dislipidemia são medidos por exames laboratoriais os níveis plasmáticos de colesterol total, HDL, LDL e triglicérides.
A triagem universal é indicada a partir de 10 anos de idade , como solicitação de perfil lipídico para todas as crianças.
A triagem para crianças de 2 a 10 anos deve ser feira na presença dos seguintes fatores:
O plano terapêutico é feito através do tratamento nutrológico , estímulo e adequação de atividades físicas, e tratamento medicamentoso.
A dieta constitui o pilar mais importante de todos os tratamentos.
O tratamento medicamentoso é reservado para casos selecionados e de alto risco. É feito por serviços especializados e por uma equipe multidisciplinar.
Recomendamos que a orientação dietética seja elaborada por um profissional experiente, como nutricionistas e pediatras. O plano alimentar deve ser individualizado caso a caso e que atenda a todas as necessidades nutritivas , garantindo pleno crescimento e desenvolvimento do paciente.
A prevenção da dislipidemia mostrou –se mais fácil e de menor custo.
O estímulo ao aleitamento materno é uma ferramenta muito valiosa.
O leite materno é um fator programador do metabolismo lipídico. Dessa forma, as crianças alimentadas com leite materno , desenvolvem posteriormente um perfil lipídico mais favorável quando comparados a crianças que receberam formulas artificias na infância.
A introdução adequada de alimentos complementares colabora para a formação de hábitos alimentares saudáveis desde os primeiros anos podendo garantir uma qualidade de vida até a velhice.
O estímulo a prática de esportes adequados para cada faixa etária também previne o aparecimento da dislipidemia. Esses esportes iniciam- se na família, seguindo o exemplo dos pais. O exercício aeróbico é o que mais atua no metabolismo das lipoproteínas melhorando o perfil lipídico.
Sim. As crianças magras estão acometidas pelo aumento das dislipidemias , mesmo que tenham o peso adequado, mas apresentam hábitos alimentares inadequados e que sejam sendentárias.
Nessa etapa, eles vivem cercados de fatores ambientais facilitadores do desenvolvimento do processo aterosclerótico. Alimentam-se muito mal, estão expostos ao álcool, fumo e uso de anticoncepcionais.
Sim. O ovo é um alimento nutricional muito importante para o desenvolvimento e manutenção do organismo . Deve ser consumido com moderação.
Fonte: Clínica Mon petit