O que é Transtorno de Escoriação?
Você conhece alguém que está sempre cutucando feridas, tirando casquinhas da pele, mordendo os lábios ou os cantos das unhas?
Esses comportamentos, quando frequentes e incontroláveis, podem indicar o Transtorno de Escoriação**, também conhecido como Skin Picking.
Skin Picking: Quando cutucar a pele vira um transtorno
O transtorno de escoriação é caracterizado por comportamentos repetitivos, compulsivos e incontroláveis de beliscar, coçar, morder ou arranhar a própria pele, causando feridas, machucados e cicatrizes.
Esses atos podem incluir:
- Cutucar espinhas, crostas e feridas
- Retirar cutículas com os dentes
- Morder lábios ou bochechas por dentro
- Usar objetos (pinças, tesouras, alicates) para mexer na pele
Mesmo que a pessoa tente parar, geralmente não consegue resistir, o que leva a sofrimento psicológico e prejuízos funcionais na vida pessoal, profissional ou social.
Sintomas e comportamentos comuns
- Sensação de tensão ou ansiedade antes de cutucar a pele
- Alívio momentâneo ou prazer após a ação
- Vergonha, culpa ou arrependimento logo depois
- Lesões visíveis em áreas como rosto, braços, pernas, couro cabeludo, mãos e dedos
- Isolamento por vergonha da aparência
- Evita locais como piscina, praia ou situações sociais
O transtorno pode se manifestar de duas formas:
🧠 Com menor consciência:
A pessoa se cutuca automaticamente, muitas vezes enquanto assiste TV, está no trânsito ou até mesmo dormindo.
🧘 Com maior consciência:
O comportamento é mais ritualizado e controlado, como procurar saliências no espelho, geralmente em momentos de privacidade, até sentir que “cumpriu o objetivo”.
Causas do Transtorno de Escoriação
Ainda não se conhece uma causa única, mas acredita-se que o transtorno seja multifatorial, envolvendo:
- Fatores genéticos e familiares
- Alterações neuroquímicas no cérebro
- Traços de personalidade (perfeccionismo, ansiedade, autocobrança)
- Dificuldade de regulação emocional
- Histórico de traumas ou estresse
A maioria dos casos se inicia na adolescência e pode se prolongar por décadas sem o tratamento adequado.
O que fazer? Quando procurar ajuda?
Muitas pessoas não sabem que esse comportamento é um transtorno real, e por isso não buscam tratamento. Mas o transtorno de escoriação pode causar sérios danos físicos e emocionais, como:
- Cicatrizes permanentes
- Infecções
- Vergonha crônica e isolamento social
- Baixa autoestima
- Quadro depressivo associado
Procure um profissional de saúde mental se:
- Os comportamentos se repetem com frequência
- Há sofrimento emocional ou impacto na vida diária
- Lesões físicas estão se agravando
Tratamento do Transtorno de Escoriação
O tratamento geralmente é multidisciplinar, envolvendo:
- Psicoterapia (especialmente Terapia Cognitivo-Comportamental)
- Ajuda a identificar gatilhos emocionais
- Ensina técnicas de autocontrole e regulação emocional
- Medicação (em alguns casos)
- Antidepressivos ou ansiolíticos podem ser prescritos por um psiquiatra
- Uso em conjunto com psicoterapia aumenta as chances de sucesso
- Autocuidados e suporte familiar
- Práticas de relaxamento
- Redução do estresse
- Apoio da família e de redes sociais seguras
Conclusão
O transtorno de escoriação é mais comum do que parece e não deve ser ignorado ou tratado como “mania” ou “frescura”.
Reconhecer que há um problema é o primeiro passo. Com o tratamento certo, é possível reduzir os sintomas, curar feridas físicas e emocionais, e recuperar a qualidade de vida.
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Muitas pessoas vivem com esse transtorno em silêncio. Divulgar informações corretas pode ser a chave para alguém buscar ajuda!